Tuesday, October 30, 2012
DEFESA, JULGAMENTO E SENTENÇA
Minha morte já não faz alarde
Meu corpo já não é velado
Mas meu legado ainda os guia
E meu grito ainda ecoa em seus ouvidos
Fazendo-os calar
Tirando-lhes o fôlego
Ninguém me precedeu
Até poderia alguém suceder-me
Não fosse eu eterno
Não pensem vocês da Corte das Trevas
Que estaria eu sendo arrogante ou petulante
Pois em nenhum momento pronunciei
Que seria eu melhor que qualquer mortal ou imortal
Digo-lhes apenas que sou diferente deles
Que sou único
Posto que sou honesto comigo mesmo
Fiel àquilo em que acredito
E entregue totalmente às minhas vontades
E digo-lhes ainda mais
Mesmo quando desprovido de bens ou influências
Levei uma vida livre e intensa
Por tudo isso, Senhores da Corte
Não poderei entregar-lhes minh`alma
Nem aos senhores, nem tampouco aos seus "opositores"
Pois já está decidido
Eu mesmo julguei-me e a mim sentenciei
Esta alma continuará vagando por sobre o mundo dos vivos
Até que não haja um só ser para vê-la
E para sentir-lhe a aspereza dos versos
Tenho dito
Agradeço-lhes a atenção, lembranças ao seu juiz maior
E agora retiro-me
Devo apresentar-me em um cabaret qualquer
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