Thursday, July 30, 2015

Olá, soturnos amigos noturnos.
Ressurgi das trevas, em meio à fog londrina que se instalou em Desterro para convidá-los a admirar meus slides nesta festa de música triste para dançar.
Além disso, tem três DJs maravilhosos, projeções e exibição de curtas selecionados pelos cineastas Yannet Briggiler, Pedro MC e por mim.
Sejam bem-vindos!

Este é o link para o evento detalhado no Facebook:
https://www.facebook.com/events/1454189784886135/

Thursday, September 19, 2013

DIZ com u ZYk

Uma disco nas caixas
O brilho engordurado de um globo espelhado
Pessoas perdidas em passos desencontrados
Uma pista tão confusa quanto o pessoal da cabine
Ninguém se entende
Músicas pela metade
Vidas pela metade
Amargura
Espelhos engordurados
Lâmpadas par
Um tom de verde esquecido
A disco já não toca
Toca um technopop de gosto duvidoso
E a pista já está vazia
Estão vazios os corações
Que chegaram ali cheios
Uns de esperança
Outros de amor
Muitos de álcool
A noite acabou
Vá para casa, Leroy
Amanhã o sol nascerá mais cedo
E o mundo continuará girando
Como um globo engordurado
Só que sem os espelhos
Sem lâmpada, sem par
Sem o Barry e sem a Donna
E o único giro que você dará
Será na pista da cidade
À procura de um novo emprego
Que pague ao menos sua bebida
Porque em vez de corpos
O abraço agora é no balcão
A boca que você beija é um gargalo
E a luz é negra.

Friday, March 22, 2013

LAÇOS DE CINZAS


Atrelado ao teu cavalo
que nem mesmo tu sabes onde anda
Caio eu na vala comum de mais um desespero
Quando arrebenta o estribo
Quando a ferradura parte em dois
e arruína a pata do coitado
E lá se vai mais uma vida
Como tantas minhas já se foram
Como a tua também
E tu, neste foguete insano que te engana
Que diz ir para o espaço, mas vai para a lama
Que finge ser o que querias que eu fosse
Mas apenas é o que odeias
e nem sabes disso
Talvez nunca saibas
Talvez sejas mais feliz nesta ignorância intergaláctica
do que na viagem real que te proporcionou meu pangaré
Mas quem sou eu para alardear?
Matei teu cavalo
Foi sem querer, eu sei
Assim como foi sem querer que ateaste fogo em meu paiol
onde guardava toda minha coragem
de ser quem me pediste para ser
Na verdade, queimamos os dois muito antes disso
Ardemos em paixão
Ferimo-nos com o fogo da agressão
Apagamos o respeito no lugar do que deveríamos apagar
Atiramos lenha ao fogo que consumia nosso amor
E as labaredas foram tão altas
E a fumaça durou tanto tempo
Que jamais conseguimos nos ver novamente
E por mais que eu grite teu nome, esturricando os lábios em meio às chamas
Tu não me respondes
Talvez tenha morrido
Como tudo que havia de mim em ti
Ou quem sabe morri eu
Intoxicado e inconsciente pela fumaça da tristeza eterna

Tuesday, November 20, 2012

CONSCIÊNCIA?

Que neste dia a consciência seja de todas as cores e que assim prossigam os dias, os anos e além!

ÓDIO SAGRADO
Cruz e Sousa

Ó meu ódio, meu ódio majestoso,
meu ódio santo e puro e benfazejo,
unge-me a fronte com teu grande beijo,
torna-me humilde e torna-me orgulhoso.
Humilde, com os humildes generoso,
orgulhoso com os seres sem Desejo,
sem Bondade, sem Fé e sem lampejo
de sol fecundador e carinhoso.
Ó meu ódio, meu lábaro bendito, da
minh’alma agitado no infinito,
através de outros lábaros sagrados.
Ódio são, ódio bom! sê meu escudo
contra os vilões do Amor, que infamam tudo,
das sete torres dos mortais Pecados!

Sunday, November 11, 2012

O FUTURO É INCERTO PARA BONNIE AND CLYDE
Vou contar-lhes uma rápida história sobre um certo casal de bandidinhos.
Eles não eram exatamente o famoso casal de gangsters dos anos 30, mas até que carregavam alcunhas parecidas e eram um pouco bandidos também.
B & C se conheceram por acaso e logo no começo enxergaram o crime que havia em sua relação, mas mesmo assim se entregaram àquela vida cegamente, apesar de um pouco coerentes às vezes. E durante algum tempo eles seguiram praticando pequenos delitos e transgredindo as normas e os tabus da sociedade, o que os fazia ter que se esconder pelos cantos escuros, hotéis de luxo(onde, evidentemente, usavam nomes falsos) ou se misturar à multidão em festas populares, quando se divertiam como crianças.
Mas a vida do crime foi ficando cada vez mais difícil, com a polícia fechando o cerco por todos os lados, fazendo os dois estarem quase sempre separados, cada um se escondendo à sua maneira. Dizem que foi isso que os deixou sem mais aquele ímpeto de amor e crime, mas eu acredito mesmo é que tenha sido a impossibilidade de estarem juntos apavorando a sociedade que os deixou meio frios. Nós, parceiros e capangas do casal já não reconhecíamos neles aquela dupla insanamente amorosa, que parava no meio de uma fuga para se beijar, mesmo correndo risco de serem presos ou mortos, e que ria como se nada mais importasse senão eles estarem juntos.
E tudo continuava piorando, durante alguns dias Clyde apareceu sozinho pelos esconderijos, mas Bonnie havia sumido. Um dia ela ligou para a casa dos Dalton's(família do crime que, além de parceiros, eram amigos do casal) e, por acaso, Clyde estava lá. Conversaram muito pouco e não sabe-se sobre o quê, ele saiu sem dizer onde ia e desde então ninguém sabe dos dois, ouvimos dizer que não chegaram a se encontrar, outros dizem que ele adoeceu e ela voltou para a casa dos pais, guardando do crime e de seu amado apenas as lembranças e uma pistola com cabo de madrepérola, que enterrou no terreno atrás de casa.
O certo é que a polícia jamais vai deixar de procurá-los, pois seu crime é irremediável. E os dois jamais serão esquecidos, pois seu amor era invejável.

Tuesday, October 30, 2012

DEFESA, JULGAMENTO E SENTENÇA



Minha morte já não faz alarde
Meu corpo já não é velado
Mas meu legado ainda os guia
E meu grito ainda ecoa em seus ouvidos
Fazendo-os calar
Tirando-lhes o fôlego

Ninguém me precedeu
Até poderia alguém suceder-me
Não fosse eu eterno
Não pensem vocês da Corte das Trevas
Que estaria eu sendo arrogante ou petulante
Pois em nenhum momento pronunciei
Que seria eu melhor que qualquer mortal ou imortal
Digo-lhes apenas que sou diferente deles
Que sou único
Posto que sou honesto comigo mesmo
Fiel àquilo em que acredito
E entregue totalmente às minhas vontades
E digo-lhes ainda mais
Mesmo quando desprovido de bens ou influências
Levei uma vida livre e intensa
Por tudo isso, Senhores da Corte
Não poderei entregar-lhes minh`alma
Nem aos senhores, nem tampouco aos seus "opositores"
Pois já está decidido
Eu mesmo julguei-me e a mim sentenciei



Esta alma continuará vagando por sobre o mundo dos vivos
Até que não haja um só ser para vê-la
E para sentir-lhe a aspereza dos versos
Tenho dito
Agradeço-lhes a atenção, lembranças ao seu juiz maior
E agora retiro-me
Devo apresentar-me em um cabaret qualquer

Tuesday, October 23, 2012

"...porque se isso tudo for uma grande mentira, ainda assim eu acreditarei piamente, ainda que a vida me doa e me despedace, ainda que teu ódio por mim seja insano e irreparável, ainda que eu vá te esquecer mais uma vez, eu acredito, eu acredito no teu amor..."