Escrevo para ti, mas sei que não vais ler. Nem mesmo te lembras ou sabes que isto aqui existe.
Escrevo para ti, mesmo sabendo que me odeias e que te trago lembranças de morte.
Mesmo assim, escrevo para ti. Escrevo talvez para tentar te odiar, talvez para tentar suportar toda a dor.
A dor de não te ter e de saber que não terei jamais.
A dor de imaginar que teu coração já seja feliz com outra morada.
A dor de não conseguir ser de mais ninguém desde que te foste.
Acho que escrevo numa esperança inconsciente de que, caso um dia desejes saber como me sinto, tenhas estes relatos.
Letras que desmentem o que tento mostrar fora daqui, letras que não mentem.
Talvez te escreva porque precise desabafar, precise de um ombro amigo e não tenha.
Te escrevo, quem sabe, porque não aguente conter tudo isso em mim, isso tudo que sufoca e não me deixa viver plenamente. Estou sempre pela metade.
Escrevo-te talvez porque toda vez que venho aqui minha alma dói e, mesmo assim, eu não resista e passe por aí sem nem saber porque.
Escrevo porque os filmes, as musicas, os lugares, comidas e até o dia ou a noite me trazem esta lembrança amarga de que eu não pude te mostrar quem sou de verdade.
Te escrevo porque sou só metade do que detestas, mas tenho uma metade branca como a neve, que não vês.
Escrevo porque nem sei se um diaa viverei para te ver denovo, visto que definho de sofrimento, de tristeza e de solidão, mesmo em meio aos amigos, colegas e a tudo que existe.
Escrevo, enfim, porque ainda te amo e é isso que eu lembro quando penso em ti, mesmo quando te odeio por um instante.
Amo o impossível, amo o que não posso amar, amo quem me odeia, por isso escrevo.
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